A baianinha que brincava de evoluir como porta bandeira, em 2024, conquistou de vez o respeito de todos e seu lugar no carnaval carioca. Dona da nota máxima na série bronze, Mary Paiva foi a sensação da Intendente Magalhães ao lado de seu parceiro Victor.
Seguindo nossa essência em dar voz as revelações, nossa repórter Cristiane Braga acompanhou a saga desta graciosa Porta Bandeira no dia do desfile e traz para vocês um pouco da vida, carreira e sonhos desta jovem tão talentosa.

“A minha história no Carnaval em sí começou bem cedo, desde os 6 anos de idade desfilo e, aos 7 anos comecei como baianinha na Aprendizes do Salgueiro e fiquei até meus 12 anos.”- relata Mary
Foi na Aprendizes do Salgueiro que a coordenadora da ala de baianinhas Malu fez nascer a Porta Bandeira que vemos hoje.
Mary nos conta que Malu sempre a observava e dizia pra ela :
“roda minha baianinha que evolui como porta bandeira” – lembra nossa entrevistada.
Algo tão simples mas que fez essa sementinha ir crescendo até os dias de hoje.E a caminhada seguiu pelos rumos do carnaval…
Durante um tempo ela foi ista da Pimpolhos da Grande Rio, também foi da escolinha de mestre salas e porta bandeiras da mesma agremiação, ando também pela escolinha Filhos da Águia e da Mangueira.
Aos 12 anos um novo capítulo. Seus primeiros os em um projeto de MS e PB na maior campeã do carnaval, a Portela. E através desse projeto onde fazia parte que foi convidada a fazer um ensaio na quadra da Imperadores Rubro Negro.
“Me recordo que ao final do ensaio, o presidente escolheu a mim e a um amigo para ser o 2 casal da escola, e foi paixão a primeira vista com a escola, a partir disso me dediquei bastante.” – se emociona ao lembrar.
O ano era 2019 e quis o destino,que muito rápido ela se tornasse a defensora do pavilhão principal da agremiação e ali realizasse seus grandes sonhos.
Aliás, realizar sonhos é algo que Mary Paiva tem feito bastante.

A jovem já conheceu suas inspirações na carreira a atual Porta Bandeira da Portela , Squel e seu parceiro Matheus Oliverio que a chamaram pra participar do seu projeto e aprimorar mais o seu bailado, participando assim da “Samba ”( projeto voltado para profissionais de carnaval com funcional, dança afro e ballet focalizado na arte do samba).
Mesmo obtendo prestígio a cada etapa concluída na carreira, Mary se mantém humilde e faz questão de estar ao lado e dizer a todos que está ali graças ao seu maior incentivador, seu pai Cláudio Paiva que a inseriu no mundo do samba e está presente em todos momentos importantes da sua vida. As exs diretoras salgueirense Vivi Veloso e Malu também não são esquecidas nessa trajetória.
Mary Paiva tem tudo que uma Porta Bandeira de ponta necessita: elegância, gingado, interpretação e principalmente disciplina. As quatro notas 10 deste ano vieram a custas de muito suor e treino com Daniel Ghanem e seu Mestre Sala Victor.
Mangueirense de coração, ela nutre a vontade de um dia defender a verde e rosa na Sapucaí ,mas sem jamais abandonar a escola que lhe lançou pro mundo
” Sou 1° porta bandeira da minha amada Imperadores Rubro Negro, já tive convites, mas a escola tem meu coração, a primeira que me deu oportunidade .
O meu maior sonho é chegar a Sapucaí, no grupo especial, quem sabe um dia me tornar porta bandeira da mangueira, que sempre foi minha paixão. Mas antes disso vou honrar o pavilhão da minha Imperadores na arela do samba por muitos anos” – revela a nossa equipe.
O dia é sábado 17 de fevereiro, dia do desfile na Intendente. Mary conta a nossa reportagem que fica sob tensão até pisar na avenida:
“As 24h que antecedem um desfile é um misto de emoções, a sensação de estar chegando a hora, o nervosismo pra saber se tudo dará certo, a preparação no dia do desfile, costumo ficar muito ansiosa pra que chegue a hora, mas quando chega não quero que termine. Com a ansiedade pro desfile o sono não vem, mas preciso dormir, a vontade de comer some, mas é preciso se alimentar, mas dá tudo certo. A concentração é um dos momentos que menos gosto, quando estou ali, pronta pra entrar, mas preciso aguardar meu coração acelera, e só relaxa quando dou o primeiro o na avenida, depois disso é só alegria.”- conta a jovem .

Como todo trabalho tem seu ápice, para uma porta bandeira é a apuração de um desfile. Ali serão lidas as notas e decretado quem venceu e foi notado.
Enquanto assistia a apuração foi um misto de sentimentos enormes, MS e PB foi o primeiro quesito. Toda equipe da escola presente no Sambola (local da apuração) tinha fé no casal. Em casa, Mary tremia de ansiedade:
“Meu coração começou a acelerar, minhas mãos tremiam e minhas pernas estavam dormentes, quando ouvi o primeiro 10 desabei de chorar, cada 10 que eu recebia era mais choro, um choro de alívio, de dever cumprido, de que tudo valeu a pena, o estresse, a correria, os ensaios, os treinos.Atingi meu objetivo pessoal, os 40 pontos.” – finaliza.
Elegância, leveza, criatividade e dedicação são as armas da revelação do carnaval carioca. Dona de um carisma que vem encantando os iradores do samba, Mary Paiva ainda tem uma longa trajetória a cumprir e nós iradores do carnaval continuaremos a
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