O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, 2 de abril, marca o início de um mês dedicado à inclusão de pessoas diagnosticadas com Autismo. Apesar de suas habilidades profissionais, a falta de informação e o preconceito ainda dificultam a inclusão no mercado de trabalho, tornando um desafio fundamental para que as empresas se preparem e tenham conhecimento para empregar pessoas neuro divergentes.
A data tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre as necessidades e potencialidades das pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), buscando promover maior inclusão e respeito em todos os setores da vida social.
“A realidade é que a inserção de pessoas com autismo no mercado de trabalho continua sendo uma questão desafiadora. Infelizmente muitos profissionais qualificados e com grande potencial não encontram oportunidades, pois não têm suas habilidades e competências valorizadas. Então, fazem parte de uma parcela expressiva que está fora do mercado de trabalho”, afirma Djalma Scartezini – CEO da REIS – Rede Empresarial de Inclusão Social.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país tem aproximadamente 2 milhões de pessoas com o Transtorno do Espectro Autista. Estima-se que 85% das pessoas com autismo estão desempregadas mundialmente. E no Brasil, mesmo sendo amparadas pela Lei de Cotas, que estabelece uma porcentagem mínima de contratação de profissionais com deficiência nas empresas, essas pessoas ainda enfrentam desafios significativos, como o preconceito, a falta de ibilidade e a escassez de oportunidades adequadas para o desenvolvimento profissional.
“O empresário Djalma Scartezini, destaca que a inclusão vai além da diversidade e 85% das pessoas com autismo estão desempregadas no Brasil”, explica Marcelo Vitoriano, CEO da Specialisterne, organização social de origem dinamarquesa presente em 20 países, que atua na formação e inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho.
Para o CEO da REIS, a presença de profissionais neuro divergentes no ambiente de trabalho não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma oportunidade de enriquecer os times com habilidades e perspectivas únicas. Habilidades como foco, atenção aos detalhes e pensamento analítico podem ser características valiosas em diversas áreas, especialmente em cargos que exigem alta precisão e resolução de problemas complexos.
Nesse contexto, a Lei 14.992, sancionada em 2024, surge como um avanço importante para promover a inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho. A legislação altera a Lei 13.667/2018, exigindo que o Sistema Nacional de Emprego (Sine) se adapte às normas de ibilidade e integre-se ao Sistema Nacional de Cadastro da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (SisTEA), facilitando a intermediação de vagas. Além disso, a lei incentiva a realização de feiras de emprego e ações de sensibilização dos empregadores, reforçando a importância da inclusão de pessoas com deficiência e o reconhecimento de seus talentos no ambiente corporativo.
Outro fator preponderante é a inclusão e capacitação de jovens com autismo no ambiente escolar para garantir que desenvolvam as habilidades necessárias para ar o mercado de trabalho no futuro. A formação adequada, com adaptações pedagógicas e apoio especializado, permite que os estudantes adquiram não apenas conhecimentos acadêmicos, mas também habilidades sociais e comportamentais que são fundamentais para a convivência e o sucesso no ambiente profissional.
“Ao investir em um ensino inclusivo e personalizado, as escolas desempenham um papel crucial na preparação desses jovens para enfrentar os desafios do mercado de trabalho, promovendo sua autonomia e autoestima, e abrindo portas para um futuro mais igualitário e ível”, finaliza o empresário.
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