Em um cenário onde a busca pela saúde é constante, os mitos nutricionais muitas vezes nos confundem com o que podemos colocar no nosso prato. O leite é o primeiro alimento que ingerimos e nos acompanha ao longo da vida, sendo presente na dieta de muitos brasileiros. Entretanto, nos últimos anos, surgiu uma crença de que ele poderia ser inflamatório e causar prejuízos a saúde.
Leite e inflamação
Esse mito surgiu porque alguns profissionais levantaram a hipótese de que o consumo de leite esteja associado a um aumento de citocinas inflamatórias, como Proteína C-Reativa (PCR), Necrose Tumoral Alfa (TNF-α) e Interleucina-6 (IL-6). Mas uma revisão que reuniu 16 estudos mostra que esse conceito é contraditório. Pelo contrário, eles observaram um pequeno efeito anti-inflamatório, graças aos compostos presentes – antioxidantes, como vitamina A e E, minerais como selênio, cálcio e zinco, lactoferrina, ácido linoleico conjugado (CLA) e lactoferrina. Os lácteos fermentados ainda possuem probióticos, que tem a capacidade de modular a microbiota e processos imunológicos.
Ainda que o leite fizesse algum aumento em citocinas inflamatórias, seria pequeno e de baixa relevância clínica na vida do indivíduo. Isso significa que o leite não é o vilão da saúde como muitos acreditavam ser. Pelo contrário, quando inserido em uma dieta saudável e equilibrada, ele se torna um aliado na busca pelo bem-estar.
Exceções à regra
Essa regra cabe desde que você não tenha nenhuma condição específica que restrinja a ingestão de laticínios, como Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) e intolerância à lactose. Nesse contexto, consumir o leite pode desencadear uma reação alérgica, como no caso da APLV ou o organismo ter dificuldade na digestão da lactose – o carboidrato (açúcar) presente no leite, no caso da intolerância. Para essas pessoas a restrição é de fato necessária.
Por fim, o leite não é um alimento que precise ser demonizado e excluído da dieta desnecessariamente. Ele tem inúmeros benefícios e nutrientes vitais para o organismo. É preciso ficar alerta ao terrorismo nutricional que as pessoas propagam sem ter informações. Procure sempre um profissional de confiança que baseie sua conduta em evidências científicas.
*** A coluna de hoje foi escrita pela Nutricionista Clínica Laís Cordeiro.
CRN4: 22101493
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